Por Matheus Oliveira
Salve o Corinthians, campeão dos campeões, e dessa vez campeão da América, da Libertadores da América. Liberdade. Esta é a palavra que melhor define esta conquista, presa na garganta da Fiel durante 102 anos, que virou obsessão e que agora faz parte da imensa galeria de troféus da República Popular do Corinthians.
Um título conquistado na raça, de quem hoje se tornou orgulho dos desportistas do Brasil por ter se tornado a segunda equipe brasileira a ser campeã invicta da Libertadores. Um título conquistado, com a grandeza de um time, que soube fazer do conjunto sua maior virtude, da entrega e da humildade que caracterizam seu povo, a força motriz de uma campanha perfeita, impecável. Um time frio, que passa longe de um time como o de 2000 que tinha Marcelinho, Ricardinho, Rincón, Gamarra, Edilson e Luizão. Mas um time de operários, que soube acima de tudo jogar a Libertadores, suportar a pressão de conquistar esta taça, soube ser letal, nos momentos mais importantes, e conquistar um torneio traiçoeiro e cruel, e que é considerado o mais difícil do mundo.
Título este que só foi possível, pois o Timão aprendeu a jogar o torneio continental e fez de seu passado uma bandeira e seu presente agora é uma lição. Que contou com heróis inesperados como Cássio que saiu do banco para se tornar o Gigante da Fiel. De Alessandro e Chicão, capitães desta grande conquista e remanescentes da reconstrução da equipe que começou na Série B de 2008. De Paulinho um meio campista faz tudo, que conquistou o coração da Fiel pela raça e pela entrega. Se tem um jogador que é o coração deste time, este é Paulinho. De jogadores que doaram para que o coletivo prevalecesse como Ralf, Alex, Jorge Henrique, Leandro Cástan e Fábio Santos. De reservas importantes como Elton, Gilsinho, Paulo André, Wallace, Ramon, Ramírez e Willian Arão. E de jogadores que tem estrela. Primeiro Danilo, que não aparece para a torcida, mas que faz a diferença no esquema de Tite, e que fez quatro gols fundamentais para a campanha corinthiana. Além dele outros dois jogadores que nasceram com o DNA de campeões e que aparecem em momentos decisivos: Emerson Sheik, que parece predestinado a brilhar em decisões e Romarinho que no seu primeiro toque em um jogo de libertadores fez um gol magistral em plena La Bombonera. E de Tite, um técnico que montou um time de loucos guerreiros que não temeram nada e se equilibraram nos momentos mais tensos. De um treinador que falava difícil, mas que teve aceitabilidade da “galerabilidade" corintiana, e que entrou para história por conquistar dois títulos sul-americanos sem perder um jogo.
Uma campanha que passou por Deportivo Táchira, Cruz Azul e Nacional-PAR na primeira fase, que eliminou o surpreendente Emelec nas oitavas (0 a 0 e 3 a 0), que fez dois grandes jogos contra um valente Vasco, que poderia ter custado a eliminação, mas Paulinho garantiu a sofrida (quer algo mais Corinthians que isso?) vitória aos 43 do segundo tempo. Na semifinal veio o Santos, e Neymar bem que tentou estragar a festa, mas Emerson e Danilo garantiram o Timão na final, ( 0 a 1 e 1 a 1). E nas decisão veio o temido Boca, e a Bombonera. Mas o Timão agüentou a pressão e Romarinho brilhou: 1 a 1. E na grande final de ontem um Corinthians raçudo e eficiente que contou mais uma vez com atuações inspiradas de Danilo e Emerson (o cara da final) para fazer 2 a 0 e fazer a festa da Fiel.
Fiel, nome ideal para esta torcida, este bando de loucos, que sofreu por tanto tempo, mas agora tem a América aos seus pés, e pode fazer a festa, pode porque o Corinthians é do Brasil o clube mais brasileiro, e no fim do ano será o mais americano. Vai Corinthians.
Nenhum comentário:
Postar um comentário