Espanha: o país do futebol

Por Matheus Oliveira

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Um time que joga por música, que toca a bola com calma, com traquilidade, que não se precipita e trabalha construindo as jogadas com leveza, ficando com a pelota não dando chance ao adversário. Um time que entendeu que é o jogo coletivo na essência e mostrou ser hoje o país do futebol. Esta equipe é a Espanha, que no último domingo goleou a Itália por 4 a 0 e conquistou algo inédito: venceu duas Euros e um Mundial em sequência, e se tornando o primeiro bicampeão consecutivo do torneio continental. Mas qual será o segredo da Fúria, melhor ataque? melhor defesa? O artilheiro Fernando Torres e/ou o melhor jogador da Eurocopa, Andrés Iniesta? Difícil apontar um, mas a Espanha, mostra que enstrosamento e saber tratar bem a bola podem levar ao sucesso. Alguns "chatos" dizem que a Espanha joga feio. Mas será feio uma equipe que trata bem a bola, que tem no gol, um muro chamado Casillas, uma defesa sólida com Sergio Ramos, Piqué, Arbeloa e Jordi Alba? Um meio campeão, que constrói as jogadas, e com jogadores que marcam o campo todo e dão um toque refinado fazendo a bola chegar redonda aos atacantes. Que garimpa os espaços, até encontrar uma bola e vencer com autoridade. Um ataque devastador que não precisa de atacantes, que por ora tem Fábregas e por outros conta com Torres, Pedro ou Lorriente. Um time que não dá espaços aos seus rivais e reinventou uma nova maneira de jogar bola. E mesmo quando teve dificuldades a Espanha se superou. Primeiro o empate diante da Itália trouxe desconfiança a equipe. Mas a goleada sobrea Irlanda mostrou que a Fúria é forte. Na última rodada da primeira fase, a Espanha sofreu mas se garantiu com uma vitória de 1 a0 sobre a Croácia. A equipe seguiu seu caminho e não deu chances a França, mostrando que era sim candidata ao bi. Na semifinal, um duelo épico, díficil, e a Espanha mostrou que também joga com raça e com o coração de um povo que vem sofrendo com a crise econômica. Resultado: vitória nos pênaltis e final contra a Itália. A equipe não vencia a Itália em competições importantes há muito tempo. Um adversário de respeito, mas os espanhóis começaram com tudo e abriram o placar com Silva. Depois seguraram a Itália e mostraram frizeza para aumentarem a vantagem, com Jordi Alba. No segundo tempo, a Espanha cozinhou o jogo e apenas deixou o adversário agonizando até que Torres e Navas , dando os golpés de misericórdia e consagrando uma das maiores gerações que o futebol já viu. A Espanha mostrou que é possível vencer e jogar bonito aliando a raça ao coração, com uma base de craques dos maiores clubes da Europa: Real e Barcelona. Um time que chegou a glória e ao seu apogeu, mas que promete muito mais. Ainda faltam uma Copa das Conferações e um bi mundial pra conquistarem. E tudo isso diante de nossos olhos no Brasil. Brilha Fúria.